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O que é ser humano em um mundo de Inteligência Artificial?

  • Foto do escritor: Verônica Marinho
    Verônica Marinho
  • 7 de mai.
  • 7 min de leitura

Apesar de a pergunta de sempre ser tão simples quanto "o que é ser humano?", em um mundo de IA, tudo fica mais escancarado e preocupante.

 

O futuro chegou e essa ferramenta nova já está sendo altamente difundida e usada para tudo: responder e-mail, produzir estratégia de conteúdo e conteúdo em si para as redes sociais, transcrição e resumo de reuniões e aulas, elaboração de questões de prova, responder questões de prova, e por aí vai.

 

Isso por si só já me deixa preocupada, pois aos poucos vamos tirando possibilidades de criar conexões cerebrais.

 

Você pode justificar que as máquinas substituíram grande parte do trabalho braçal e que isso foi ótimo para a saúde física, poupando muito esforço. Engenheiros químicos antigamente precisavam subir escadas e se expor ao perigo para verificar pressão e temperatura de reatores, por exemplo, e o desenvolvimento das máquinas e dos softwares de controle mudaram o cenário. Então qual seria o problema de usar as máquinas para uma tarefa tão SIMPLES quanto responder um e-mail?

 

Talvez seja SIMPLES. Ou talvez esse seja um argumento meramente RASO, não simples. E tudo se resolve se conseguirmos entender o que significa de fato SER humano.

 

Preços exorbitantes de moradia, alimentação e saúde tornam inviáveis uma qualidade de vida básica. Condições péssimas de trabalho e patrão $#%$&@*. Isso tudo desanima mesmo. Mas sem consciência não há desenvolvimento, e se entrarmos no automático e na linha de produtividade com um assunto tão controverso quanto esse, podemos ultrapassar muitos limites muito rápido, e só perceber tarde demais. “Orai e vigiai” é uma constante na vida, hein!

 

O que nos diferencia dos animais é comportamento e inteligência. Precisar que uma máquina te aponte a melhor forma de responder uma pessoa é abrir mão de seu desenvolvimento. Empatia, respeito, e até um “chega pra lá” bem dado são habilidades que a vida e as interações nos ensinam. E parte fundamental do nosso caminho evolutivo.

 

A inteligência artificial foi disponibilizada para o grande público há pouco tempo e já não está sendo usada apenas para tarefas mundanas. O uso expandiu até para assuntos psicológicos e espirituais. E é aqui que eu considero que falhamos fortemente como sociedade e como seres humanos.

 

Seres humanos são seres sociais. E por mais que a resposta esteja sempre dentro, é através das interações e das reflexões que as despertamos. A jornada sempre foi mais importante do que o ponto de chegada.

 

O processo terapêutico sempre se baseou nessa premissa: o terapeuta é um catalisador que conduz e desperta as respostas no paciente para que ele encontre o próprio caminho e a própria verdade por si mesmo. Até porque se entregar a resposta de mão beijada, ela sequer será assimilada. Precisamos COMPREENDER o processo, e isso tem mais a ver com o sentir e vivenciar do que entender racionalmente.

 

Num momento histórico em que os conhecimentos ocultos estão novamente escancarados, podemos acelerar o processo com diversas ferramentas, como astrologia e numerologia. Mas falo por experiência própria: é vivendo e interagindo que se descobre verdadeiramente o que precisa. É o seu contexto que vai afunilar ainda mais os aspectos do seu mapa astral, por exemplo. É o que te excita e te faz vibrar que indica o caminho da sua alma.

 

Um terapeuta te questiona, te aponta caminhos e possibilidades, te oferece novas perspectivas. Até porque enxergar fora é muito mais fácil que enxergar dentro, e por isso terapeutas também precisam de terapia.

 

Em tese, a IA pode oferecer tudo isso. Mas não esqueça de considerar o impacto que você também tem no próprio terapeuta. Quantas cartomantes, astrólogas e psicólogas não relatam o tanto de clientes que chegam com questões muito semelhantes ao que elas mesmas estão vivendo na vida? Eu mesma aprendo muito com quem chega até mim para as alquimias personalizadas.

 

O mundo é um grande emaranhado cósmico que se apresenta como espelho. Aprendemos com os terapeutas da mesma forma que os terapeutas aprendem com a gente.

 

E quando expandimos o assunto para o meio espiritual, tudo é ainda mais preocupante. Espiritualidade NUNCA foi sobre evoluir sozinho, é sempre um trabalho COLETIVO.

 

Pensar nos espíritos em momentos TÃO diferentes no estágio evolutivo encarnados juntos me leva a crer que isso tudo faz parte de uma grande sabedoria superior, que é, em sua essência, generosa. Convivendo com espíritos mais evoluídos, temos a oportunidade de aprender e de esperançar. E convivendo com os menos evoluídos, que ainda buscam guerra e preconceito, por exemplo, temos a oportunidade de desenvolver nossa compaixão e reverência pelo processo alheio.

 

A resposta está dentro, precisamos interiorizar, mas o mundo é dual. Ir muito para dentro e descartar as interações nos leva ainda mais para o egocentrismo. Nossa cultura já estimula o ego, a independência, a proatividade... tudo isso é importante sim, afinal, apenas um ego bem estruturado é capaz de suportar o processo espiritual, principalmente porque isso envolve admitir todos os nossos defeitos e falhas de caráter, dessa e de outras vidas. Mas isso não é tudo.

 

Sabe o que precisamos aprender urgentemente? VULNERABILIDADE!

 

Não é possível ser vulnerável com uma máquina. Até admito que ao lidar terapêutica e espiritualmente com IA, você pode admitir algumas verdades horrorosas para si mesmo, e esse é um passo extremamente importante e que também requer muita coragem. Mas ser vulnerável? Não! A gente é vulnerável com outro ser humano, não com uma máquina!

 

Na interação com outro ser humano, nos abrimos, mostramos e firmamos nossa verdade. Trabalhamos nossa receptividade. Recebemos conselhos, abraços, consolo, colo. E broncas também, porque isso faz parte da estruturação do ego.

 

Na interação com outro ser humano lidamos com VIDA e todas as esferas que ela representa.

 

Fazer terapia e querer evolução espiritual usando IA é apenas buscar validação para nosso ego.

 

Eu, particularmente, não consigo separar um processo terapêutico de um processo espiritual. E desde que me descobri alquimista, entendi que a vida é uma grande escola, então tudo acaba girando em torno dos aprendizados.

 

Meu caminho é um tanto quanto livre para não despertar meu potencial dogmático: não tenho uma religião específica, não tive um mestre ou um iniciador em nenhuma ciência oculta. Muito pelo contrário, tive VÁRIOS!


  • Meus pais são grandes mestres e iniciadores, me guiando desde cedo pelo caminho do estudo, da ética e da consciência de classe.


  • Meu irmão é um grande mestre, me ensinando grandes lições sobre a jornada da vida e sobre as maravilhas do arquétipo do Imperador.


  • Minha avó foi uma grande mestra, me mostrando a importância do carinho e do colo, da liberdade criativa (ela me deixava mexer nas tintas dela S2) e também da autonomia, já que foi na casa dela que fiz meu primeiro bolo sozinha.


  • Todos os professores da vida acadêmica tradicional que tive na vida foram mestres, mesmo que eu só tenha aprendido a lição depois.


  • Todos os professores de terapias holísticas foram e são mestres, não só por ensinarem as ferramentas, mas também pelos exemplos (positivos e negativos) de vida.


  • Todos os amigos foram e são mestres, me oferecendo lugar seguro para mostrar toda minha vulnerabilidade, e me ensinando sobre o respeito às diferenças. Ainda estou aprendendo sobre a reverência às diferenças, que é algo bem diferente.


  • Todos os namorados e contatinhos que tive foram mestres, me mostrando exatamente o que eu precisava enxergar sobre mim – mas eu sou devagar e só percebia tarde demais (*rs*).


  • Todos os guias espirituais com quem já me consultei em diferentes terreiros foram mestres e, consequentemente, seus respectivos médiuns também.


  • Todos os profissionais de saúde mental e de terapias holísticas que já me cuidaram foram e são mestres, pois me ensinaram o quanto a gente se transforma quando busca ajuda e se permite ser cuidada e amparada.


  • Todas as clientes que chegam até mim para consultas de alquimia personalizada são mestres, expandindo minha visão de mundo, me ensinando sobre seus erros e também sobre seus incríveis e fascinantes potenciais.

 

Ser vulnerável e receptiva envolve outro ser humano.

 

Ser humano envolve interações humanas.

 

Para ser humano, precisamos nos libertar do controle do ego e viver a jornada, com tudo que ela traz de ônus e bônus.

 

Não existem respostas fáceis porque ser humano é ser complexo, viver é complexo. Mas uma coisa é certa:

 

“Viver é melhor que sonhar” (Elis Regina)

 

As máquinas já nos substituíram no trabalho braçal, nos poupando de problemas com saúde física. A ideia era nos estimular a usar nossas partes mais sutis. E agora que a IA está substituindo isso também?

 

E enquanto isso, vamos sendo coniventes. Substituindo o trabalho mental... emocional... espiritual... criativo...

 

Arte se cria com emoção, viu?! Se você terceiriza seu trabalho emocional, espiritual e relacional para uma máquina, aos poucos você perde cada vez mais sua humanidade. Não se surpreenda se perder também sua capacidade criativa.

 

O que sobrou de nós?

Algo está errado e não é com as máquinas...

 

Em tempo: eu poderia usar o texto para vender meu peixe, já que as plantas ajudam demais no processo de encontro consigo mesmo. Mas meu objetivo hoje é realmente só chamar atenção para a CONSCIÊNCIA. Não se evolui sozinho. Não se evolui terceirizando afeto e cuidado para máquinas. É preciso estar atento e forte.


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Verônica é engenheira química e doutora em ciências por formação, e se descobriu alquimista de coração (agora também de formação). Após uma grande noite escura da alma promovida por um burnout e por uma fuga de si mesma, descobriu os óleos essenciais e com isso foi impossível não se transformar. Em 2020 saiu da pesquisa acadêmica para ouvir o chamado do coração para trabalhar com as plantas. Desde então foram muitos processos internos, muito estudo, e muita aplicação de diversos conhecimentos adquiridos em diferentes áreas: filosofia, espiritualidade, aromaterapia, alquimia, florais, perfumaria natural, numerologia, tarot, e mais tantas outras coisas. Mais do que falar sobre alquimia e autoconhecimento, Verônica vive o processo de forma muito intensa e profunda, trazendo muita vivência e experiência reais a tudo que faz. Afinal, seu Sol em Gêmeos, tipicamente superficial, é apenas um dos aspectos de seu mapa, repleto de profundezas, intensidades e oposições. Orai e vigiai é eterno para o tanto de oposições que lhe são peculiares, mas a possibilidade de conhecer tanto os extremos lhe dá a esperança de que conseguirá chegar no caminho do meio tão sugerido pelos grandes filósofos.

 
 
 

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